Já imaginou uma cidade com ótima qualidade de vida, onde tudo que o morador necessitar estará ao seu alcance em poucos minutos, a pé ou de bicicleta? Esse é o conceito da “Cidade de 15 minutos”, o qual apresenta a possibilidade de percursos mínimos entre moradias, escritórios, restaurantes, parques, hospitais e espaços culturais. Dessa forma, cada bairro deve cumprir seis funções sociais: viver, trabalhar, abastecer, cuidar, aprender e desfrutar.
O conceito foi o mote principal da reeleição da prefeita Anne Hidalgo, em Paris, na França, em 2020. Recentemente, Shaun Donovan adotou o conceito como uma das chaves de sua candidatura a prefeito de Nova York. A proposta da cidade de 15 minutos – que passou a ser discutida globalmente após as restrições ocasionadas pela pandemia de Covid-19 – está alinhada com o escopo das cidades inteligentes, ou seja, é o futuro. Além disso, o conceito é compreendido como uma resposta à crise climática, por ancorar-se em iniciativas verdes em nível de bairro, reduzindo viagens e a expansão urbana.
Para Philip Yang, fundador do Instituto URBEM, a ideia por trás do conceito não é nova, pois há muito tempo discute-se sobre uma cidade compacta. Contudo, “de 15 minutos é uma expressão muito feliz da prefeita Anne Hidalgo, que sintetiza com clareza a ideia de que as pessoas, idealmente, deveriam viver e conseguir concentrar suas vidas cotidianas em um espaço físico de 15 minutos”.
De acordo com Yang, outro conceito mais antigo, que corrobora com a cidade de 15 minutos é o “Constante de Marchetti”, do físico italiano Cesare Marchetti, referente ao tempo médio gasto por uma pessoa em seu deslocamento diário – que é de aproximadamente uma hora, ou meia hora para uma viagem só de ida. “Desde o neolítico até os dias de hoje, o trajeto casa-trabalho é feito em uma média de 30 minutos. O que muda são as tecnologias de transporte. O que Anne Hidalgo está fazendo agora é compactar ainda mais. Ela está indo adiante na ideia da ‘Constante de Marchetti’”, afirma Yang.
Raquel Cardamone, especialista em cidades inteligentes e fundadora da Bright Cities, destaca três características principais das cidades de 15 minutos:
- O ritmo da cidade deve seguir o do cidadão, não dos carros;
- Cada metro quadrado deve servir para uma finalidade diferente;
- Os bairros devem ser projetados para que moremos, trabalhemos e prosperemos nele.
Imagina que legal viver em uma cidade assim?
7 respostas
Muito bom se conseguirmos implantar essa ideia no Brasil
Prezados.
Já faz tempo que venho afirmando que, cada vez mais, estamos necessitando da utilização de veículos em nosso dia a dia. As cidades estão se “equipando” com shoppings e centros de diversos tipos de atendimento, considerando que seus clientes ou usuários chegarão até esses locais utilizando automóveis ou motocicletas. Não pensam no “andar a pé”, ou até mesmo nos veículos coletivos ou individuais, como as bicicletas.
Na teoria existem algumas iniciativas, ainda muito modestas e de pequeno alcance. Na prática, pouco se vê.
Excelente iniciativa, tomara que esteja em futuro próximo.
Abraços.
Fernando.
Ideias geniais, parabéns
Sim vai melhorar a qualidade de vida da população e trás um benefício para
todos.
Excelente estratégia! Qualidade de vida em todos os sentidos. Aqui no Brasil temos um longo caminho a percorrer.
É a solução para a mobilidade urbana, redução da poluição do ar com emissão de gases dos escapamentos e da poluição sonora, desenvolvimento com infraestrutura das periferias. Fantástico!
De fato, a força de trabalho humana não é uma mercadoria como outra qualquer, não
só por sua potência produtiva de criar valor (que uma máquina de
lavar possui tão pouco quanto uma furadeira, pois se trata apenas de coisas e não de
seres com relações sociais), mas também porque os « custos de
produção » e os custos de reprodução da mercadoria « força de trabalho
» não podem ser objetivados da mesma maneira como é feito para as mercadorias, que
são coisas mortas. Mas o que significa, afinal, se
a chamada quota estatal chega justamente a 40% ou 60% do produto interno?
Este último refere-se à expansão da criação absoluta de valor para cada força de
trabalho através do prolongamento e da intensificação da jornada de trabalho, ao
contrário do já citado aumento da quota relativa
de mais-valia, no caso de uma criação absoluta de valor que
continua igual ou decresce para cada força de trabalho.
Isto torna-se mais evidente na unidade de tempo: para o contravalor de um ovo, de um fato ou de um televisor, uma
força de trabalho tem de trabalhar, numa comparação
de longo prazo, cada vez menos minutos ou horas.